Na Comunidade quilombola Córrego da Angélica, em Conceição da Barra, um grupo chamado ‘Mulheres de Fibra’ percebeu que a região é cercada por grandes plantações de banana. Daí surgiu a ideia de aproveitar a matéria-prima abundante na localidade e transformar em arte e fonte de renda, com uma capacitação inspirada nos princípios da economia criativa e solidária. O grupo realiza seu primeiro encontro nesta segunda (21), a partir de 13h30, no Cras Quilombola Negro Rugério, em Conceição da Barra. O projeto Mulheres de Fibra foi contemplado no Edital de Culturas Populares e Tradicionais, da Secretaria de Estado da Cultura (Secult).

 Jurema Gonçalvez, liderança ativa da comunidade quilombola, relembra a época em que era criança e tinha bananeiras em seu quintal. “Hoje eu vejo o desperdício quando via meu pai jogando fora os caules da bananeira. Agora que conheço a infinidade de usos que esse material tem, reconheço seu valor como produto final”. Ela está ansiosa para o início das oficinas e espera a oportunidade de mostrar o trabalho de todas as integrantes do coletivo em pontos de venda peloEstado. “Queremos batalhar para que a fibra de bananeira seja reconhecida como um produto local e tradicional de nossa região”, completa. 

As participantes da oficina vão aprender como fazer toda a logística do trabalho até chegar no produto final: como preparar as fibras da bananeira, como criar o design dos produtos, novas formas de uso do material e até mesmo aprender como fazer a venda de um item, que já substituiu a seda e o algodão.

 O idealizador do projeto, Armando Mecenas, percebeu a importância desse trabalho quando viu a riqueza de produtos que podem ser feitos com o material. “Dá para fazer chapéus, itens decorativos, descanso de mesa e uma infinidade de outras coisas. Vamos apresentar ideias, mas também, dar às mulheres liberdade para criar objetos de acordo com o universo em que elas vivem”.

 Serviço:

Projeto: I Reunião “Mulheres de Fibras”, em Conceição da Barra | ES

Dia: 21 de janeiro de 2019.