Missa Afro-Brasileira marca abertura do I Festival de Jongo e Caxambu em Marataízes

A abertura do I Festival de Jongo e Caxambu do Vale do Itapemirim, realizada no último sábado (02), no Centro de Convivência Renascer, em Marataízes, foi marcada por um dos momentos mais comoventes do evento: a celebração da Missa Afro-Brasileira, conduzida pelo Padre Roberto Luís Ferreira. A cerimônia, muito além de um rito religioso, foi um ato de fé, resistência e memória histórica.
Vigário das paróquias de Divino de São Lourenço e Ibitirama, da Diocese de Cachoeiro de Itapemirim, o sacerdote conduziu a celebração com profunda sensibilidade e firmeza, abordando temas como racismo estrutural, preconceito religioso e a invisibilidade histórica da população negra no Brasil. “Os negros não foram trazidos. Eles foram arrancados. Essa verdade precisa ser dita e compreendida para que possamos curar as feridas da nossa história e reconstruir, com justiça e respeito, o presente e o futuro”, afirmou.
Com símbolos da liturgia católica entrelaçados a elementos da espiritualidade de matriz africana, a missa deu espaço à valorização da fé negra, frequentemente marginalizada dentro das próprias estruturas religiosas. Os cânticos, os tambores, os incensos e as vestes coloridas criaram uma atmosfera de espiritualidade vibrante, que emocionou os presentes, independentemente de credo ou religião.
Durante a celebração, foi prestada uma homenagem póstuma à Mestra Astrogilda Ribeiro dos Santos, referência na preservação do Congo no norte do Espírito Santo. Seu legado foi reverenciado com respeito e emoção, reafirmando o compromisso do festival com a valorização dos mestres da cultura popular afro-capixaba.
A missa também teve participação ativa de coroinhas e acólitos, que desempenharam papel essencial na liturgia e foram inspirados a aprofundar seus conhecimentos sobre a espiritualidade afro-brasileira.
A iniciativa integra o I Festival de Jongo e Caxambu do Vale do Itapemirim, realizado pela Academia Marataizense de Letras, com produção da pesquisadora Bárbara Pérez. O projeto foi contemplado pelo Fundo de Cultura do Estado do Espírito Santo (Funcultura), por meio da Secretaria da Cultura (Secult), e contou com apoio institucional e cultural, reunindo comunidades tradicionais, artistas populares e lideranças de diversas cidades capixabas.
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