Contação de história e bate-papo com escritor em escola municipal de Vila Velha
Na próxima terça-feira (25), o escritor Luiz F. Bernardes irá falar sobre seu mais novo livro, “Casa de Esgueio”, para alunos dos 4º e 5º anos da Unidade Municipal de Educação Infantil e Ensino Fundamental (UMEIEF) Professora Flávia Borgo, em Santa Mônica, Vila Velha. Além do bate-papo com o autor, haverá contação de história com a artista Dalisa Campos. A publicação do livro foi possível por meio do Edital 11/2022 da Secretaria da Cultura (Secult).
“Fazer a atividade na escola é uma possibilidade de promover o incentivo à leitura, já que, muitas vezes, ela não é estimulada em casa porque os próprios pais não têm esse hábito. Também é uma forma de colocar os estudantes em contato direto com o autor. É importante que os alunos conheçam autores capixabas, saber que o Espírito Santo produz literatura de qualidade, até como forma de incentivá-los não somente a ler, mas também a escrever", diz Luiz F. Bernardes.
“Casa de Esgueio” foi lançado no último dia 15, na Casa da Memória, na Prainha, em Vila Velha. Voltada para o público infanto-juvenil, a obra traz as vivências de um gato que habita uma casa situada na Prainha e leva o leitor a imaginar as histórias que podem estar escondidas nas outras residências dessa região. O livro pode ser adquirido por meio do site da Editora Maré, no perfil do livro no Instagram e na livraria Torre de Papel.
A “Casa de Esgueio” é inspirada em uma antiga residência que existe ainda hoje na Prainha. Ela fica em uma esquina e, segundo o autor, chamou atenção dele pelo formato esguio e pelo portão inclinado em relação ao terreno. “Via a casa e a achava bonita. Aí comecei a escrever. Também entrevistei a proprietária, que falou uma coisa que achei linda. Ela disse que mudou para lá quando era criança e que para ela aquele imóvel era mais bonito do que qualquer apartamento de princesa”, diz o escritor.
A narrativa do livro é construída a partir de um observador externo e da percepção dos sons, cheiros, cantos que vazam pelos vidros das janelas e pelas brechas do portão da casa. A imaginação é o ponto de ligação de cada uma dessas percepções, criando a narrativa dos acontecimentos da casa. O texto também é formado em uma espécie de trava-línguas de letras como o G e o Q, além de rimas. A narrativa lembra o clássico da literatura infantil “A Casa Sonolenta”, de Audrey Wood.
A Casa de Esgueio possibilita ao leitor estabelecer associações de palavras e metáforas, além da construção de imagens, o que se reflete diretamente na forma de enxergar o mundo, a partir de diferentes sentidos. A trajetória profissional do autor como vitrinista tem influência direta sobre o formato da obra, que foge do tradicional. O livro é inteiramente dobrado – como uma sanfona – e, com a leitura, parte da casa é revelada nas ilustrações, formando, ao final, uma visão completa do interior e do exterior da casa, em uma experiência sensorial de descoberta e observação do cotidiano.
Luiz F. Bernardes é do interior de São Paulo, mas mora no Espírito Santo há 25 anos. Também é autor de “A Menina que Pintava Carneiros”, livro infanto-juvenil lançado em 2021, por meio de edital da Secult.
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