Galeria Homero Massena: mostra ‘Videografias do Convívio’ será exibida on-line e pela TVE em setembro
Mostra acontecerá pelas redes sociais da Secult e da Galeria e terá transmissão exclusiva pela TVE, todas as quintas-feiras de setembro.
Durante as quintas-feiras do mês de setembro, o público vai poder conferir de casa diversas produções audiovisuais de artistas que discutem as possibilidades da arte, por meio da linguagem videográfica. Nesta 3ª edição, a mostra “Videografias do Convívio” propõe como temática a produção do audiovisual no campo da arte e a larga exibição, além da relevância institucional que tem na contemporaneidade.
A mostra começa na quinta-feira (09) e será exibida nas redes sociais da Secretaria da Cultura (Secult) e da Galeria Homero Massena (GHM), com transmissão exclusiva pela TV Educativa (TVE), sempre às 23 horas.
As obras abordam temas, como casa-tempo, corpo-espaço, cotidiano-lembrança e território-cultura, selecionadas a partir da Chamada Pública aberta pela Galeria, em maio deste ano.
“A imposição do distanciamento social pela pandemia nos obrigou a pensar em novas sociabilidades, expressividades e afetividades: uma nova reorganização do convívio. Qual nossa perspectiva de futuro? Como tomamos partido de um senso de sociedade, comunidade e cooperatividade, em que fortalecer a existência de nós mesmos fortalece a existência do outro?", questiona o coordenador da Galeria Homero Massena, Nicolas Soares.
Confira a programação:
PROGRAMA #1
CASA-TEMPO
O primeiro bloco reflete sobre as relações entre CASA E TEMPO, considerando o espaço doméstico como o âmbito mais íntimo do sujeito. Por outro lado, é também no interior da casa que se elaboram os sensos de comunidade, que transitam do privado ao público e reverberam na cultura de uma sociedade.
Serão apresentados os vídeos “Acervos compartilhados”, do Duo Furtacor, “A Casa Entre o Rio e o Mar”, de Diego Ramos, “A chuva (after ivens)”, de Jaks, e, “Por dentro, selvagem”, de Liliana Sanches.
Duo Furtacor – “Acervos Compartilhados”, dos artistas Lindomberto Ferreira Alves e Amanda Amaral, é um vídeo em preto e branco, ambientado no espaço interno de uma casa. A relação entre espaço doméstico e colecionismo é apresentada de forma a entendermos os pequenos arranjos de objetos como prática curatorial, independentemente de seu estatuto de arte. A casa pode ser o lugar onde a coleção se instaura e, também, o espaço em que temos nos tornado cada vez mais íntimos, em tempos de refreamento social.
O vídeo “A Casa Entre o Rio e o Mar”, de Diego Ramos, trata a memória como se fosse um tecido que une diferentes tempos e espaços. A memória é recriada a todo instante, é imaterial, fluída e móvel como o ciclo das águas. As imagens do curso de um rio são sobrepostas no interior de uma casa abandonada e nos propõe ver as memórias daquela casa em ruínas.
“A chuva (after ivens)”, da artista Jaks, apresenta uma série de planos parados onde a intenção é evocar a interação entre duas personagens: uma escritora e a protagonista, de nome Odeth. O diálogo entre a chuva e as personagens nos provoca a sensação de introspecção, que no vídeo reflete em como convivemos com nosso próprio eu, da superfície ao interior. O título faz referência ao curta-metragem “Rain”, de 1929, dirigido pelo cineasta Joris Ivens.
Em “Por dentro, selvagem”, vídeo da artista Liliana Sanches, a projeção da imagem da paisagem de um mar selvagem numa tempestade parece residir na memória. Neste momento em que nos encontramos isolados, solitários. Como a artista nos apresenta, a contemplação dessa cena poderia revolver nossos afetos, angústias e saudades.
COTIDIANO-LEMBRANÇA
No segundo bloco do nosso programa, nos atentaremos às relações entre COTIDIANO-LEMBRANÇA, por meio do vídeo de Charles Cunha, “Tô indo e não consigo sair do lugar”. O vídeo se forma a partir de um compilado de imagens feitas pelo artista durante o isolamento social registrado em tempos diversos e em situações tragicômicas do cotidiano. A narrativa se completa com fragmentos de áudios trocados entre ele e suas irmãs, apresentado quase linearmente. Suprimida a voz do artista na resposta dos áudios, suas irmãs conversam sobre como estão se sentindo, motivação, angústias, medos, felicidades, incertezas, desejos, tristezas, saudades, afetos, vida e morte.
PROGRAMA #2
TERRITÓRIO-CULTURA
O segundo programa reflete sobre as relações entre TERRITÓRIO e CULTURA, a partir dos trabalhos do artista Wayner Tristão, com o vídeo “Às moscas”, uma animação que conta a história de uma cidade que vê seus hábitos mudarem ao ser invadida por insetos. Esteticamente, arranhões na tela e no áudio provocam ruídos do sintoma dos mosquitos que tomam conta.
Ainda sobre o mesmo eixo temático, a artista Sulamita apresenta o vídeo “Oribatã Cuieté”, que tem na floresta seu foco, traduzindo a ideia que pela lembrança do passado teremos a teremos a perspectiva de futuro. O vídeo é inspirado no trabalho do amazonense Roberto Evangelista Mater Dolorosa II (1978).
No segundo bloco do nosso programa, nos atentaremos às relações entre CORPO e ESPAÇO, por meio dos vídeos “Corpo-fronteira”, da artista Marcela Cavallini, que reflete sobre o desmatamento ambiental e um corpo sociopolítico que se encontra cada vez mais em isolamento. Já o vídeo de Rejane Arruda (foto), “Resposta a Bataille”¸ o autor em questão, o francês George Bataille, é citado pela artista, na intenção de engatilhar reflexões sobre um relacionar-se "consigo mesmo"; especialmente na solidão-isolamento-distância.
CASA-TEMPO
Yurie Yaginuma nos apresenta “O apartamento de m”. um curto vídeo que explora o espaço de um apartamento desabitado. A paisagem deste lugar, que oscila entre a ocupação e o vazio, o abandono e o cuidado, apresenta também espectros de alguma presença anterior: um tênis, uma cama arrumada, plantas ressecadas, objetos sobre a mesa... assim como do tempo e da vida, na poeira ou numa pequena aranha que sobe pela pia da cozinha. Assim como começa a ser habitado também pela figura de um sonho narrado na faixa sonora do vídeo. A artista então quer nos propor que percebamos o amplo trabalho do cuidado.
PROGRAMA #3
CORPO-ESPAÇO
No terceiro programa, voltaremos ao eixo temático CORPO-ESPAÇO, e, em sequência, apresentaremos os vídeos do eixo COTIDIANO-LEMBRANÇA.
Em CORPO-ESPAÇO, iniciaremos com o trabalho de Ana Ximenes, “Exílio”, uma vídeo-performance em que a artista tricota em volta de seu corpo uma rede com fio de malha vermelho. Relacionando o isolamento social de agora ao isolamento cultural do corpo gordo. Em seguida, assistiremos ao vídeo-performance do artista Marcelo Venzon, “Diagrama de momento”, em que o diálogo de dois corpos é intermediado por uma viga de gesso e a manipulação do objeto antecipa o fracasso do encontro entre os dois.
COTIDIANO-LEMBRANÇA
No nosso segundo bloco, refletiremos sobre COTIDIANO e LEMBRANÇA, a partir dos vídeos de Bruno Miranda, intitulado “(De)Pressão”, em um único plano da imagem estática do cozimento do feijão em uma panela de pressão. O vídeo discute a partilha e a confraternização no interior de uma família. Em seguida, o artista Fagner Fabrete, no vídeo “Querido Fagner”, reflete, por meio da escrita, as memórias pessoais do passado, para que esteja no presente discutindo as sobrevivências até aqui. O convívio da família também é ilustrado por um evento cotidiano apresentado por João Giry, em seu vídeo “Brigadeiro”, um recorte visual focado no afeto em que o encontro para comer brigadeiro de colher é capaz de proporcionar. É um filme pessoal, íntimo e orgânico.
PROGRAMA #4
COTIDIANO-LEMBRANÇA
No quarto programa, voltaremos ao eixo temático COTIDIANO-LEMBRANÇA. Apresentaremos o trabalho “A voz que a saudade tem”, da artista Esther Almeida Borges, em que documenta em vídeo o cotidiano da família, elaborando o luto da perda do pai devido às complicações pela Covid-19. Por meio de áudios do pai, a presença é reivindicada no dia-a-dia da família.
Em sequência, o vídeo “Objeto saudade”, da artista Amanda Amaral, reúne uma série de documentos e fotografias que foram correspondidas por uma família durante os anos de 1950 a 1970 na cidade de Vitória. Chamado de filme-texto-ruína pela artista, o vídeo tem o objetivo de alcançar outro tempo por meio das sobreposições de narrativas que podem emergir em uma imagem.
Também assistiremos a “Você estava lá”, de Rafaela Stein, que propõe pensar o convívio a partir da ausência, do luto. A percepção do contato, da convivência, do partilhar, com a ausência e a falta. O trabalho procura refletir estas questões partindo de uma narrativa sensível sobre o conviver e a perda.
CORPO-ESPAÇO,
O vídeo-dança “SYNC”, da artista e bailarina Gabriela Morondo, com participação do bailarino Maicom Souza, coreografados pela eslovaca Eva Urbanová. Corpos em movimento que se relacionam entre si, mas propõe um jogo dinâmico entre câmera, som e luz.
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