“Foi o de não sair mais da memória”

Guimarães Rosa transcreve para a literatura a saudade, a loucura, o mistério, as despedidas e a vida silenciosa dos sertões mineiro e brasileiro, sempre de forma realista e poética. “Banzo” surgiu dessa inquietação. Através da dança contemporânea, a obra de Guimarães foi revisitada, numa inspiração livre sobre a humanidade existente em seus contos, mas ampliando o olhar sobre o que ainda afeta o homem atual. Uma busca sobre limites e desapegos moldaram a pesquisa e o resultado final do espetáculo, através de uma dramaturgia com movimentos e trilha sonora oníricas e urbanas, contam a complexa relação do homem comum sobre o que lhe impulsiona para seguir vivendo em meio a uma sociedade caótica. Dando vazão, de forma recortada, as suas memórias, as suas histórias, e ao seu passado-futuro.    

Com 35 minutos de duração e 6 bailarinos intercambiando personagens, “Banzo” é dividido em atos que remetem a recordações, simbolismos saudosistas e lúdicos do universo infantil e alcança as lembranças da velhice, as relações do tempo sobre as memórias, tudo através de movimentos em que o próprio silêncio contribui neste processo dramatúrgico. Há também referências sobre o universo dos trilhos de ferro, a chuva, ao trabalho braçal e cotidiano, as estações de trem antigas que ainda ligam Vitória à Minas Gerais, passando por redutos manicomiais que atravessam a literatura inspiradora da pesquisa e conecta as personagens, dando maior vigor ao lirismo dos movimentos e ao drama da trilha sonora, que busca a todo tempo dá sentido e ritmo aos elementos tidos como não musicais.

O espetáculo visa mostrar a literatura existente no cotidiano promovendo e dando organicidade a saudade de um tempo, que não é possível mais resgatar, ficando apenas as lembranças e a pulsão para continuar, seja na vida simples e invisível do sertão, como na mesma vida simples e invisível dos grandes centros urbanos. 

Tudo se torna Banzo.

Histórico

•    Espetáculo contemplado pelo Edital de Residência de Dança, em 2013, com a residência da Coreógrafa baiana Cristina Castro.
•    Em 2014, estreou no 8º Festival Internacional Viva Dança, que aconteceu no Teatro Carlos Gomes em Vitória. Também foi apresentado nos teatros de Cachoeiro de Itapemirim e Afonso Claudio.
•    Em 2015, participou do Aldeia SESC e em todas as apresentações foi sucesso de público e de crítica.

FICHA TÉCNICA DO ESPETÁCULO:
Direção Geral GIL MENDES
Produção Executiva PAULO SENA
Dramaturgia CRISTINA CASTRO (BA)
Coreógrafos GIL MENDES, CRISTINA CASTRO e LEANDRO OLIVEIRA
Bailarinos MAURO MARQUES, LUCCIANO COELHO, CYNTIA SEVERO, LARYSSA TRIGUEIRO, RICARDO REIS e KATHLEEN EVELYN
Figurino JOYCE CASTELLO
Intervenções Audiovisuais ANDERON BARDOT e EMERSON EVÊNCIO
Iluminação VITOR LORENÇÃO 
Trilha Sonora ANDERSON BARDOT
Fotografia SUBITL JÉSSICA
Design Gráfico PAULO PROT
Realização CABELOSECO Soluções Culturais

SERVIÇO
Data:  18 de Setembro (sexta-feira)
Local: Teatro Gloria (Centro Cultural SESC Gloria)
Horário: 19h
Ingressos: R$ 6,00 (inteira); R$ 3,00 (meia) e R$ 3,60 (comerciário).

CONTATOS
Paulo Sena – Produtor (27) 99956-0609